A vereadora Gláucia Berenice (DEM) realizou, na tarde desta segunda-feira (20), reunião da Comissão de Direitos da Mulher, da Criança, do Adolescente e do Idoso. O evento ocorreu de forma híbrida, e foi transmitido pelos canais de comunicação do Legislativo.
O tema do encontro foi o direito do idoso, com apresentação do Núcleo de Atendimento Especializado de Ribeirão Preto, para exposição de seu funcionamento, demandas e desafios.
Segundo a vereadora Gláucia, presidente da comissão "no fim do ano passado, com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, o número de denúncias de violação dos direitos do idoso aumentou 53%, passando pra 77,18 mil denúncias".
Segundo o portal Agência Brasil, do governo federal, as denúncias de violência contra pessoas idosas representavam, em 2019, 30% do total de denúncias de violações de direitos humanos recebidas pelo canal telefônico Disque 100, disponibilizado pelo governo federal, o que somava em torno de 48,5 mil registros. Em 2018, o serviço recebeu 37,4 mil denúncias de crimes contra idosos. No primeiro semestre de 2021, o Disque 100 registrou mais de 33,6 mil casos de violações de direitos humanos contra o idoso, no Brasil.
O Estatuto do Idoso descreve a violência contra o idoso como qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. "Com frequência nós vemos noticia de violação dos direitos mais elementares da pessoa idosa, como direito à vida, saúde, alimentação, esporte", complementou Gláucia.
A psicóloga Laura Aguiar de Lima - especialista em atendimento psicossocial e diretora do Departamento de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, informou que o serviço da SEMAS engloba o acompanhamento de questões relacionadas à convivência e o fortalecimento de vínculos da pessoa idosa e assistência para idosos que sofrem ameaça ou violação de direitos. As ações acontecem através do Núcleo de Atendimento Especializado, realizado por equipe multiprofissional que envolve assistentes sociais, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
"O Núcleo vem com o objetivo de realizar atendimento e acompanhamento das famílias, levantar e ampliar possibilidades, desenvolver recursos e estratégias para que os idosos deixem de ter os seus direitos violados, entretanto permaneçam em convivência social e familiar", afirmou a psicóloga e também esclareceu que se esgotadas todas as possibilidades de intervenção em relação à família, há o encaminhamento de um relatório para a chefia de alta complexidade, que realiza avaliação e posterior encaminhamento para as ILPIs - Instituições de Longa Permanência para Idosos.
A importância do fortalecimento desse trabalho se evidencia porque segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil mantém a tendência de envelhecimento da população. Em 2019, os idosos somavam 32,9 milhões de pessoas, 6 milhões a mais que as crianças de até 9 anos de idade (26,9 milhões). Naquele ano, os idosos representavam 15,7% da população, enquanto as crianças até 9 anos de idade respondiam por 12,8%.
Texto: Marco Aurélio Tarlá (com informações AgênciaBrasil)
Fotos: Thaisa Coroado
